quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Web 2.0 pede vídeo 2.0

É fato que, no meio do bombardeio de informações ao qual o consumidor está exposto na internet, é preciso se diferenciar. Assim, a principal pergunta que ronda a cabeça dos executivos de marketing hoje é: como?
Não há resposta pronta, mas a parte boa da história é que as alternativas não são poucas e crescem rapidamente. Um dos caminhos mais eficazes - e que boa parte das empresas parece já ter entendido que funciona - é o vídeo para internet. Não à toa, há previsão de investimento de cerca de US$ 8 bilhões em empresas de vídeo online nos próximos anos, segundo o Dow Jones Venture Source.
Claro que o sucesso de um videoweb não acontece por acaso. Quem tem acompanhado os mais recentes cases de vídeos que viraram hit no ambiente online percebe o óbvio: o vídeo, assim como a web, precisa ser 2..0. Não só porque seu meio de veiculação é a internet, ou pela expansão da banda larga e a evolução dos formatos de compressão de imagem, mas por tudo aquilo que esse novo formato representa.
O pensamento para todos os processos, da produção à reprodução de um vídeo para a rede, deve obrigatoriamente considerar princípios como interação e colaboração.
É por conta desses aspectos que conferimos hoje uma mudança enorme na maneira como as pessoas consomem conteúdo. É importante, portanto, identificar o que é realmente relevante para elas, o que elas estão em busca - e correr atrás do que elas estão atrás. E é possível? É. Esse é o grande barato da internet: o usuário dá pistas sobre o que gosta, estabelece-se em comunidades, classifica-se em nichos, revela seu perfil a partir de graus de interesse e interação. É assim que identificamos a efetividade do story telling marketing, por exemplo - como acontece com a ação desenvolvida pelo jornal NY Times, intitulada "NY Times Conversations".
Com o vídeo na internet é a mesma coisa: é possível ter um feedback quase que imediato das ações de marketing propostas - especialmente porque o consumidor faz questão de falar.
A internet e o vídeo 2.0 permitem ao usuário avaliar se ele gosta ou não do que foi produzido, comentar, trocar impressões com quem já assistiu àquele mesmo vídeo, enviar um link para amigos, viralizar... Tudo ao mesmo tempo agora.É claro que a capacidade de um vídeo se espalhar a uma velocidade vertiginosa na web é um caminho fatal para seu total sucesso ou completa desgraça. Seja como for, é preciso se arriscar e manter a transparência. Da mesma forma que uma marca disponibiliza um vídeo, é preciso dar ao internauta ferramentas para que ele possa discuti-lo e compartilhá-lo.
É impensável hoje, com a quantidade de redes sociais disponíveis, uma empresa ignorar essa premissa. Por isso já aconselhava o especialista em marketing canadense Don Tapscott: "Se é para ficar nu, é melhor entrar em forma".
Para dominar a linguagem e as implicações das ações de marketing que envolvem vídeos na internet é preciso entender, antes de mais nada, que o tipo de experiência procurada pelo internauta na web é diferente daquela que ele busca ao ligar a TV na sala de casa. Não à toa, os vídeos na web precisam ser mais curtos, por exemplo. Na internet, buscam-se tecnologia e inovação - sempre. E da forma mais sucinta possível.
A síntese disso tudo é: o consumidor/internauta precisa ser surpreendido. O vídeo pode até ser simples do ponto de vista técnico (o que não necessariamente pede uma imagem à la Bruxa de Blair), mas uma boa ideia - não só na web - faz toda a diferença na hora da conquista. Assim, o inédito, o ousado, ganham espaço, viram hit.
Isso prova que, mais do que o formato, o importante mesmo é sempre o bom e velho conteúdo. Parece um despropósito alertar, mas o vídeo - e isso vale para qualquer plataforma - precisa, antes de tudo, ter uma mensagem. E mais, precisa conectar o público a ela. É aí que está a parte difícil dessa história toda.
Ainda assim, não há dúvidas de que o vídeo é uma das formas mais eficazes de comunicação quando o objetivo é envolver, contar uma história e emocionar. Vale lembrar os vídeos para internet desenvolvidos pela Dove durante a "Campanha pela Real Beleza". Hoje as marcas das empresas têm vida, precisam se expressar e criar empatia com seu público. Nada melhor do que a imagem em movimento para garantir essa experiência. É isso o que prega o emotional branding, conceito criado pelo designer francês radicado norte-americano Marc Gobé. Então, para funcionar, a conexão do consumidor com um vídeo de uma marca na internet precisa, além de ser 2.0, ser emocional. Senão, nada feito.
Fonte: HSM Management online

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